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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Café da manhã da Ame. Eleição da SBB. Marcha para Jesus. Pedalando por Bíblia. Desafio Radical..

Pastor Manoel Vasconcelos. Responsável pelo projeto Desfio Radical, ao lado Irmão Décio.  


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Dr. Henrique Diretor da FM. Esperança Banner do Grupo de Oração Clama São Luis  

Pr. Aranha e Irmão Campos

Pr. Aranha , e Irmão Sgt. James do 24º Batalhão de Caçadores

Irmão Francimar. Titular da Banda Ello e Ello, Produções. Dr. Henrique, 


Nova Diretoria da SBB do Maranhão

domingo, 7 de abril de 2013

Os Legados do Senhor III PATRIARCAS




Os Legados do Senhor III

PATRIARCAS
Capítulo I
Depois da Queda do homem, e a sua expulsão do jardim do Éden! A violência, os sofrimentos, as enfermidades, e a morte, abarcaram todo planeta, atingindo homens, animais, e a própria natureza, ou seja. Alcançou a tudo, e a todos, e em seu desdobramento a primeira pessoa atingida foi Abel, morto por Caim. Esse fato, aconteceu após a entrega das suas ofertas a Deus. As ofertas de Abel, que era pastor de ovelhas, foram feitas de boa vontade, e tornaram-se mais agradáveis a Deus, por essa razão. Caim, que era lavrador ficou irado, pela preferência de Deus as ofertas do seu irmão Abel. E Deus, ciente dos seus maus pensamentos, advertiu a Caim, falando a ele, que a ira o levaria ao pecado. ”E o Eterno disse a Caim: por que te irastes e por que descaiu teu semblante” Gn. 4,6 E disse mais: “Se procederes bem, não serás aceito? E, se não procederes bem, o pecado jaz a tua porta, querendo conquistar-te, mas sobre ele deves dominar”. Gn. 4,7. Mesmo assim, ainda que advertido por Deus contra o pecado, Caim levou Abel para o campo e o matou a traição. Ora, antes desse crime, pela insensatez de seus pais: Adão e Eva, que escolheram não obedecer a Deus. Mas sim, Satisfazer a sua própria vontade. Aconteceu à queda do homem, e como punição, ambos foram afastados da presença de Deus, que os havia criado, e alertado contra os efeitos do pecado, que afetaria a humanidade, e caso pecassem, ela, passaria a conviver com toda a sorte de dificuldades, fruto do pecado cometido. E disse a eles Deus: “Do suor do teu rosto comerás o pão, até que tornes a terra, porque dela fostes tomado; pois és pó e ao pó tornarás” Gn. 3,19. Em conformidade com o assunto, buscamos na Bíblia uma passagem anterior, que fala sobre a origem do homem dizendo: “E formou o Senhor Deus o homem do pó da terra, e soprou em seus narizes o fôlego da vida; e o homem foi feito alma vivente” Gn. 2,7. Quanto a Caim que matou seu irmão. Ele foi amaldiçoado e desterrado por seu crime, o primeiro homicídio! E seguiu seu caminho sem a presença de Deus na sua vida e de seus descendentes. “Então saiu Caim da presença do Senhor e habitou na terra de Node, ao oriente do jardim do Éden”. Gn. 4,16. Com passar do tempo, Adão teve outro filho. “E tornou Adão a conhecer a sua mulher; e ela teve um filho, e o chamou de Sete; porque disse ela, Deus me deu outra semente em lugar de Abel porquanto Caim o matou” Gn. 4,25. Em seu desterro, estes foram os descendentes de Caim com Ada sua mulher. “Enoque”, não se trata do que andou com Deus! Enoque gerou Irade, Irade a Meujael, Meujael a Metusael, e metusael gerou a “Lameque”, que não é o pai de Noé. Os filhos da outra mulher de Caim que se chama Zilá são: Jabal, Jubal e Tubal-Caim. E aqui, a Bíblia encerra qualquer abordagem a respeito da descendência de Caim, dada a sua falta de importância para a história da humanidade.
Mais tarde Sete o terceiro filho de Adão teve o seu primeiro filho. “E a Sete também nasceu um filho, e chamou o seu nome Enos. Então se começou a invocar o nome do Senhor” Gn. 4,26. Neste versículo, pela primeira vez que foi usada a frase: “A invocar o nome do Senhor (Yahweh)”.  Através desse ato, o homem volta a buscar uma reaproximação com Deus, quando invoca o seu nome. Estes são os descendentes de Sete (Sheth): Enos gerou a Cainã, que gerou Maalalel, que gerou Jarede, que gerou Enoque. Este sim é o Enoque, sobre quem a Bíblia fala assim: “E andou Enoque com Deus; e não se viu mais, porquanto Deus o tomou” Gn. 5, 24. Então ele foi tomado em vida! Por isso não conheceu a morte, e dele, antes de ser tomado por Deus, nasceu Matusalém, que gerou Lameque, pai de Noé. Os descendentes, de Sete ainda geraram outros filhos, mas seus nomes não foram contemplados pela Bíblia. Em certas ocasiões na Bíblia existem passagens que fogem da nossa compreensão, pois são eventos puramente espirituais, aos quais não conseguimos discernir com facilidade, tão somente aceitar como milagres. Tomemos como exemplo algumas passagens: Como andava Enoque com Deus em vida?  Se Deus o tomou com certeza ele não morreu.  Da mesma forma encontramos outra passagem, que o profeta Elias quando caminhava junto com seu auxiliar o profeta Elizeu e foi levado com vida. “E sucedeu que, indo eles falando e andando. Eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo, os separou um do outro; e Elias subiu ao céu num redemoinho.” II Rs. 2,11. Carro de fogo? Cavalos de fogo? “Ou então quando Josué estava em gilgal, após passar o Jordão para ocupar a parte ocidental de Canaã. Confiando no poder de Deus, pediu a Ele que detivesse o sol e a lua, para que fosse vencida uma batalha pelos filhos de Israel.” E o sol se deteve e a lua parou, até que o povo se vingou dos seus inimigos. Não está escrito no livro dos justos? O sol se deteve no meio do céu e não se apressou a pôr-se, quase o dia inteiro”. Js. 10,13. E continua a Bíblia. “Não houve dia semelhante a este, nem antes e nem depois dele, em que atendeu o Senhor assim a voz de um homem. Certamente o Senhor pelejava por Israel”. Js. 10,14. Para Deus nada é impossível!
 Seguindo na descendência de Sete chegaremos até Noé, que gerou três filhos que escaparam do dilúvio, o qual destruiu toda a vida sobre a terra. Foram eles: Sem, Cão e Jafé. Sem, que deu origem ao nome semita, Cão a Canaã, e Jafè, teve muitos filhos, mas deles não há uma denominação específica como povo. E então, eles Sem, Cão e Jafé com os Seus descendentes, desceram da cadeia de montanhas, das quais, faz parte o monte Ararate na Armênia, para repovoar a terra, “São eles os três filho de Noé; e deles se povoou toda a terra”. Gn. 9,19.
 E então, a partir daqui nos reportaremos a principio aos descendentes de Sem, cuja linha nos levará até os Patriarcas de Israel. São estes os seus descendentes, por ordem de nascimento: Afaxade, Selá, Heber, Pelegue, Reú, Serugue, Naor, pai de Terá, avô de: Abrão, Naor e Harã. Filhos de Terá. Os descendentes de Sem, também são conhecidos por Semitas! Este nome não deve ser atribuído somente a Judeus. Já que também outros povos tem a mesma origem: Sírios, Árabes, Caldeus, Arameus, Assírios. Etc. Mas, um dos descendentes de Sem o terceiro filho se chamou Héber, foi ele quem deu origem ao termo “Hebreu”, chamado assim pela primeira vez a Abrão, quando seu nome ainda não havia sido mudado por Deus.  (Abrão o hebreu) Gn. 14,13. Ele é considerado pelos Judeus como o seu mais antigo Ancestral. O primeiro Patriarca! “Foi ele o primeiro que ousou dizer que existe um só Deus; que o Universo é obra das suas mãos e que é unicamente a sua bondade e não as nossas próprias forças que devemos atribuir toda a nossa felicidade”.
 Sobre ele, Abrão. É de quem falaremos! Nome “Abrão” é de tradução incerta! Talvez (pai exaltado). Um dos filhos de Terá. Do Terá! Sabemos muito pouco, que seu nome, é um termo hebraico (Terah), ligado ao deus-lua dos Caldeus, que também descendiam de Semitas, foram eles, que juntamente com outros povos montanheses, desceram para ocupar a fértil Mesopotâmia. Não sabemos a sua profissão?  De onde viera? Qual era o seu “deus”?  Porém, sabemos! Que foi contemporâneo de Hamurabi. Rei da Babilônia. [Terá] um nome que provavelmente faz parte do ramo do povo sumério-acadiano. Os Amorreus. No (Sumeriano, mar-tu, e no Acadiano, amurru). Povo originário da Síria, das montanhas de Jabel Bishri, ao norte de Palmira, que mais tarde seguiram para o sul fixando-se na terra de Canaã, “desde o rio Arnon que desagua no Mar Morto até o Monte Hermom ao norte, com mais de dois mil metros de altura.”.
 Sobre a religião de Terá, só foi dito séculos mais tarde, na ocasião em que Josué liderava os Judeus para a ocupação de Canaã. “Então disse Josué a todo o povo: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Antigamente, vossos pais, Terá pai de Abraão e de Naor, habitavam dalém do Eufrates e serviam a outros deuses” Js 24,2.
 E assim era formada a família de Terá! Pelos seus filhos. Naor, Harã, e Abrão, Filhos da mesma mãe. Naor, irmão de Abrão casou-se com milca, filha de Harã, sua sobrinha, irmã de Iscá e Ló.  Abrão casou-se com Sarai, também filha de Terá, seu pai, com uma mulher que não era sua mãe, cujo nome a Bíblia não faz referência, portanto Sarai era sua meia-irmã, daí porque para proteger a vida seu marido se apresentou ao Faraó e a Abimaleque rei de Guerar, somente como sua irmã, segundo o costume, como tal era mais respeitada, ao invés de esposa, como será visto adiante. Harã faleceu em Ur dos Caldeus na Mesopotâmia. Na cidade que habitava Abrão, juntamente com toda a sua família!
 A Bíblia não dá maiores informações do motivo da saída de Terá, pai de Abrão acompanhado de toda sua parentela de Ur.  Cidade dos Caldeus, com destino a terra de Canaã. “Tomou Terá a Abrão seu filho, e a Ló, filho de Harã filho de seu filho, e a Sarai sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos Caldeus, para ir à terra de Canaã; foram até Harã onde ficaram”. Gn. 11,31. Aqui a Bíblia também não informa o motivo que levou a Terá permanecer em Harã. Uma região que fica na Mesopotâmia superior, também chamada de Arã-naarim, Arão entre rios, planície de Arã, Síria, ou Padã-Arã.  Ela era basicamente uma área, dentro da grande curva do rio Eufrates, entre esse rio e rio Tigre, próximo a Carquemis, cujo nome hoje é Jarablus, e situa-se entre a Turquia e a Síria. A uma distância de aproximadamente 100 km, De Alepo no Território Sírio. Padã-Arã (Planície de arã) ficava dentro do “Crescente Fértil”. Uma linha imaginária cultivável, que tinha o formato de um arco, Saía do Egito, “delta do Nilo” a sudoeste da terra de Canaã, passava pelo norte de Padã-Arã e terminava a leste no Golfo Pérsico via Kuwait.
 Padã-Arã era uma importante região, “um grande entroncamento,” passagem obrigatória e parada das (caravanas), que eram uma espécie de comboio composto de animais de transporte, e carga, formada por mercadores, e era acompanhada por uma escolta de guardas, para defender a vida das pessoas, e as mercadorias conduzidas pelos animais, pois em suas rotas passavam por florestas, estepes, rios, pela orla de desertos, onde atacavam os Beduínos, ou outros tipos de assaltantes que agiam ao longo dos seus trajetos, essas caravanas, iam e vinham de várias regiões. As mais importantes saiam do oriente: Índia, China, do sul da Mesopotâmia, e da Arábia, (Hedjaz) ou (Arábia Felix). Os mercadores Árabes traziam no lombo dos seus camelos: Seda, tecidos de algodão perfumes, ouro de (Ofir ou Sabá), prata, pedras preciosas, incenso e as especiarias (condimentos) que os Europeus passaram a usar na culinária, e mais tarde eles, buscaram um caminho marítimo, para se abastecer desses condimentos. Os mercadores, ainda, compravam, e vendiam muitos outros artigos produzidos nas cidades, ao longo da rota percorrida pelas caravanas.
 Esses produtos alcançavam a Europa por vários meios: Via [Bizâncio] Istambul. Cidade estratégica, pela qual acessavam o mar Negro, e aos Países do leste da Europa, a travessia era feita através do estreito de Bósforo, no mar de Marmara, é ele o mar de Marmara! Que separa a Ásia, da Europa. Ou pelo estreito de Dardanelos também no mar de Marmara, só que ao sudoeste, e dava acesso ao mar Egeu e Mediterrâneo. E ainda, por uma rota terrestre através do território do Líbano, para os seus portos de Aco e Jope, no Mediterrâneo. E por ele, o Mediterrâneo alcançavam a Grécia e o sul da Itália e aos importantes centros de comércio, das cidades de Veneza e Gênova, caminhos mais tarde percorridos pelos Apóstolos, Pedro, e Paulo. Para chegar até Roma.
 E ainda por outra via terrestre, também, descendo do Líbano para o sul pela “estrada Real” que passava pela terra de Canaã, os mercadores chegavam ao Egito, e por consequência outras regiões africanas, inclusive o norte da África, que possibilitava uma nova entrada para Europa através da Espanha, atravessando o estreito de Gibraltar, entre o oceano Mediterrâneo e o oceano Atlântico. Que separa a África da Europa. Mais tarde com a expansão do Islã, o norte da África foi o ponto de partida para os (Mouros) povos da Mauritânia e as tribos Berberes do deserto de Saara, ambos Mulçumanos, para invadir a Europa Cristã, foi exatamente na Espanha, onde ficou caracterizada a sua maior influência cultural.  
Padã-Arã era sem sombra de dúvida uma região de grande valor estratégico, uma verdadeira (encruzilhada), pois, era praticamente impossível ir de extremo ao outro do Crescente Fértil, ou seguir do Egito para o oriente, sem passar por Padã, e pela sua importância, foi alvo de inúmeras invasões, por parte dos povos mais poderosos em várias épocas. Egípcios, Persas, Assírios, Babilônicos, Romanos, etc.
 A Bíblia fala sobre outros descendentes de Sem, Que foram importantes na formação das famílias dos futuros patriarcas. Arã, que deu origem aos primeiros “arameus”. Morreu Terá em Padã-Arã. Naor e Milca permaneceram ali.  De Iscá não mais existe informação. Naor gerou Betuel, Betuel gerou Labão, e Rebeca, ela se casou com Isaque e gerou Jacó. Labão gerou Raquel e Lia ambas, esposas de Jacó. Como é visto elas vieram desse ramo “arameu”.
 Abrão atendendo um chamado de Deus seguiu para Canaã. “Ora, disse o Senhor a Abrão; sai da tua terra, da tua parentela e da casa de teu pai e vai para a terra que te mostrarei; e de ti farei uma grande nação, e te abençoarei, e te engrandecerei o nome. Sê tu uma benção”! Gn. 12,1.
Acreditar na promessa de Deus, que iria transformar Abrão em uma grande (Nação). Sem ter uma grande fé seria impossível. Pois ele não tinha filhos, Sarai era estéril e ambos estavam com uma idade avançada, portanto em condições normais um casal jamais geraria um filho, mas pela fé, Abrão confiou em Deus e na sua promessa, que era a de transforma-lo em uma grande Nação.
Então há aproximadamente 1.900 anos antes de Cristo, começa a história de um homem comum chamado Abrão. Sim! Um homem aparentemente comum, pois não era um potentado, um nobre, ou descendente de nobres, para que fosse reverenciado por outros homens, mas só Deus que conhece todas as coisas sabia das qualidades de Abrão, para colocar sobre os seus ombros essa gigantesca missão, que teria como ponto de partida apenas uma promessa, de “alguém” que lhes era até aí era inteiramente desconhecido. E Abrão acreditou na promessa, daquele que ele entendeu ser o verdadeiro Deus e por esse ato de fé, mudaria os rumos da história de toda a humanidade. Abrão principal ancestral do povo Judeu!
 Foram eles, os Judeus, responsáveis pela Compilação do Antigo Testamento da Bíblia, as partes referentes aos seus livros, foram escritos em peles de animais, argila, casca de arvores, (papiro) Palmeira nativa, encontrada nos rios e lagos da região. A difusão dos livros que compõem a Bíblia foi feita por seus Profetas. “Neviim.” Rabinos “Rabi” “Rav” “Tanaim.” Mestres rabínicos. “Gaon.” Reitor da Academia talmúdica. “Amorá.” Explicadores. E os Expositores, “savoraim”. E foi feito pela palavra, falada, “Lei oral”, e a “Massorah” Tradição escrita.  Através da leitura no Templo, nas Sinagogas “Bet há-Knesset” nas “Ieshivot” Academias Rabínicas, “Bet Midrash” Casa de estudo. “heder” Escola Primária. Portanto os Judeus mesmo no exilio “Galut” “Diáspora” no Grego. Sendo eles, Judeus “Akenazim” os dispersos da Europa central e oriental.  Ou os “Sefaradim”. Judeus da Espanha e Portugal. Com seus feitos, eles conseguiram alcançar os quatro cantos da Terra. Levando a mensagem do Deus de Abraão Nas línguas: “Hebraica e Aramaica”. No “Ídiche” na Europa central e leste Europeu. E no “Ladino” Espanha e Portugal.       
Pela fé, Abrão atendeu um chamado de Deus. Muito embora durante toda a sua vida, tenha ouvido falar apenas na miríade de “deuses” que eram cultuados pelos povos da Mesopotâmia, sua “Terra Natal”. O que a bem da verdade, não eram realmente deuses até porque não existe plural para Deus, eram apenas ídolos feitos de pau, pedra, ferro, bronze prata, ouro, ou barro, portanto ídolos cegos, mudos, surdos, e entrevados, pelo que nos consta, até hoje ídolo algum, jamais falou, ouviu, enxergou, ou andou.
 Abrão atentou para a ordem de um Deus que até então lhe era desconhecido. Por esse ato de Fé, foi lhe imputada à justiça, só então pela força da sua fé, ele poderia seguir para Canaã, a terra da promissão, pois na viagem estaria segurança juntamente com a sua família, porque eles estavam, sob a proteção do único e verdadeiro Deus, o Senhor, e que mais tarde ficou conhecido, como o Deus Abraão. Com o nascimento dos seus filhos, Isaque e Jacó, Deus passaria a ser denominado, como: (O Deus de Abraão, Isaque e Jacó). Ao chamar Abrão para uma aliança ficou demonstrado por essa atitude, que, Apesar do desastre da queda do homem, Deus não havia excluído o homem dos seus propósitos, e buscará sempre um contato direto com as pessoas, que são escolhidas para alguma missão. Esta regra é confirmada ao longo dos tempos.
Saiu Abrão de Padã-Arã em direção terra prometida. “Partiu, pois Abrão, como lhe ordenara o Senhor, e Ló foi com ele. Tinha Abrão setenta e cinco anos quando saiu de Padã”. Gn. 12,4.
Apesar da idade, Abrão saiu para peregrinar por uma terra desconhecida, sem temer os perigos e as dificuldades para cobrir uma distancia semelhante a que havia feito de Ur dos Culdeus com seu pai, até Padã-Arã. Saiu ele com os bens e as pessoas “servos” que havia adquirido na sua permanência naquela localidade. Por esse ato Abrão demonstrou uma confiança incomum em Deus, que apenas lhes fizera uma promessa. “Levou Abrão consigo a Sarai, sua mulher, e a Ló, filho do seu irmão, e todos os bens os que haviam adquirido, e as pessoas que lhes acresceram em Harã. partiram para a terra de Canaã ; e lá chegaram”. Gn. 12,5.
Abrão seguiu em busca da terra prometida, em sua rota pela (estrada dos Reis ou estrada Real) (rota das caravanas) passou pelo território da Turquia, norte da atual Síria, por Damasco, que foi um importante centro regional de comércio e desceu na direção do sul, sempre afastado do litoral, e entrou então Abrão, na terra de Canaã, percorrendo pelos territórios, que no futuro seriam ocupados pelos seus descendentes, filhos de Jacó, as doze tribos de Israel. E passou pelo território de Manasses na parte oriental. Na ocupação da Terra de Canaã, essa tribo ficou com áreas dos dois lados do Jordão. Abrão atravessou o Jordão atingiu os territórios de Naftali, Zebulon, Issacar, e novamente na área de Manasses, já no lado ocidental do Jordão, convém lembrar que esses territórios só seriam ocupados pelos seus descendentes, depois de mais de 400 anos, quando fossem libertos da escravidão do Egito, sob o comando de Moisés. Então, Abrão ao passar o Jordão, foi em direção do Mediterrâneo, logo abaixo do lago Merom, ou lago “Hula”, que dista 20 km do mar da Galileia ou Quinerete, (hb. Kinneret) Tiberíades ou lago de Geneseré.  Em sua peregrinação ele também passou pelos futuros territórios das tribos de: Efraim, Benjamim, e mais ao sul, Judá, e Simeão. Quando nos referimos ao nome, “Terra de Canaã” para fins de estudos Bíblicos, afirmamos que não se trata da região que era ocupada apenas pelos cananeus, mais sim uma entidade geográfica de razoável extensão que atingia os dois lados do rio Jordão. Portanto na terra de Canaã também habitavam, os heveus, ferezeus, heteus, queneus, quenezeus, girgaseus, amorreus e os [jebuseus], pessoas nascidas em (Jebus) ou (Salem) onde hoje é a cidade de Jerusalém. E então assim Toda a terra de Canaã estava incluída na promessa de Deus a Abrão, e sua descendência independente dos povos que ali habitavam.

Abrão era um homem de muita fé e coragem incomum! Ele levava consigo em sua jornada, muitos bens: Rebanhos, escravos, mulheres e crianças. Tudo aquilo que havia conseguido, durante o tempo que permaneceu Em Padã. Descendo ele sempre na direção sul, na rota das caravanas (estrada real) com seu povo, num deslocamento difícil e lento, acampando no ermo, mas, onde havia a facilidade para obter agua para o seu povo, e os animais, pois nem sempre havia cidade ou aldeias para pernoitar, atravessaram as florestas, rios, regiões de pântanos infestados de mosquitos, comuns no norte de Canaã, Populações hostis, pois para elas, as pessoas estranhas eram consideradas inimigas, o etnocentrismo era uma característica dos povos antigos, correndo o risco de ataques dos bandos de salteadores, uma praga que só foi minorada quando o Império Romano dominou a região, pois, era uma prática dos Romanos, melhorar as estradas e colocar Centuriões ao longo das principais rotas, para proteger os seus interesses.
“Atravessou Abrão a terra até Síquem, até ao carvalho de Moré. Nesse tempo os cananeus habitavam essa terra”. Gn. 12,6.
Síquem, do hebraico (shekhem) e do grego (suchem,) fazia parte da região de Samaria, e ficava mais ou menos no centro da terra de Canaã, o que compreendia um espaço entre a Judéia e a galileia, Síquem estava situada na área montanhosa, das terras, que mais tarde caberia na divisão para a tribo de Efraim, Siquem era uma cidade-estado muralhada e importante centro de comercio, da região. Foi ali que a fé de Abrão passou grande teste, ao encontrar nos povos da região o mesmo tipo de idolatria que grassava a Mesopotâmia, só mudava o nome dos ídolos, mas as práticas eram semelhantes; mas ele permaneceu firme em sua fé! Como Abrão possuía rebanhos, e não poderia habitar nas cidades pelas quais passava. Ele se dirigiu para o carvalho de Moré, que se situava nas imediações do monte Gerezim e do monte Ebal.
Em Gênesis capitulo doze, versículo sétimo, Deus apareceu a Abrão, no carvalho de Moré, um lugar de boas pastagens para os animais, onde armou suas tendas. Então o Senhor veio a ele para reforçar a sua promessa, que era doar a terra de Canaã a Abrão, e agora a promessa foi estendida a sua descendência. Mas Abrão não tinha noção do tamanho da terra a ele oferecida por Deus. “Apareceu o Senhor a Abrão e disse: Á tua semente darei esta terra. Abrão Edificou ali um altar ao Senhor, que lhe aparecera.” Gn. 12 7. O primeiro altar edificado ao Senhor, foi por Noé, após o diluvio, e o segundo feito por Abrão, a partir de então, o homem procurava uma forma diferente de reverenciar Deus. Levantando altares.
Os Patriarcas
Capítulo II
- Em seguida Abrão reinicia a sua peregrinação na direção do sul, sobre uma elevação entre Betel, e Ai. Hã ´ay em hb. (A Ruina) hoje cidade Árabe, “El Tell”. Betel, portanto ao ocidente, e Ai a leste, na direção do vale do rio Jordão, ali ele invocou o nome de Deus e levantou outro altar. --- “Dali passou para o monte ao oriente de Betel e armou sua tenda, ficando Betel ao ocidente e ai ao oriente; também ali edificou um altar ao Senhor e invocou o nome do Senhor” Gn. 12,8.
- A Bíblia revela com clareza o motivo da sua peregrinação, faltava alimento na terra de Canaã, seguiu para o sudoeste, que era uma região esparsamente habitada, pouco desenvolvida, com um índice pluviométrico baixo. Portanto uma situação difícil para as pessoas pela insuficiência de agua, e pastagens, para os animais, o que só agravaria, caso adentrasse ao deserto do Neguebe, ou a Península do Sinai, a solução foi continuar sua jornada até as cidades de terras férteis no Egito. Pois eram grandes produtoras de trigo, principal alimento dos povos da antiguidade. --- “Depois continuou seu caminho, seguindo sempre para o sul” Gn. 12,9. ----”Havia fome naquela terra. Desceu Abrão ao Egito, para peregrinar ali, porque a fome era grande na terra” Gn. 12,10.
- Mas no Egito! A fé de Abrão seria novamente posta a prova, quando se deparou com uma infinidade de “deuses,” ídolos que eram cultuados na religião oficial do Egito, e que era dominada por uma fortíssima e bem organizada casta de sacerdotes, e pelo Faraó que se julgava, e era considerado pelo povo um “deus”.
 - E para o Egito se deslocou Abrão em busca de alimento para atender as necessidades da sua própria casa. Caminhou na direção das cidades localizadas no delta do Nilo, regiões atingidas pelas cheias periódicas do rio Nilo, que inundavam vastas áreas de terra, proporcionando uma grande fertilidade do solo, e ali praticavam a agricultura irrigada através de canais, onde cultivavam trigo, centeio, cevada, grão de bico, legumes variados, verduras, frutas, e também a pecuária extensiva de: ovinos, caprinos, e bovinos, e a pesca, pois os peixes que eram abundantes no Nilo. Foi para essa mesma região que anos mais tarde também se dirigiram seus descendentes; Jacó e seus filhos, também para escapar da fome que grassava a terra de Canaã, e que ali permaneceram por cerca de 400 anos.
 - Ao se aproximarem do Egito, Abrão leva ao conhecimento de Sarai um costume egípcio, que para ficar com as esposas dos estrangeiros, matavam os seus maridos --- “Estando eles prestes a entrar no Egito, disse a Sarai, sua mulher: Ora bem sei que és mulher formosa a vista” Gn. 12,11. Um milagre, pois Sarai nessas alturas, já era uma mulher com 65 anos de vida, quase a metade da sua vida, pois ela viveu até os 127 anos, se tomarmos com base, a duração da vida de uma mulher normal, que viverá até 80 anos, Sarai estava praticamente com a aparência de uma mulher de 40 anos o que tudo indica, que a beleza de Sarai permaneceu durante toda a sua vida, este fato e confirmado, quando anos mais tarde num encontro com Abimaleque rei de Guerar que a queria como esposa. E continuou Abrão! --- “Quando os egípcios te virem, dirão: Esta é a mulher dele. E me matarão, e te guardarão com vida”. Gn. 12,12. E que, caso Sarai dissesse que era sua irmã, haveria possibilidade dele escapar com vida, o que na verdade era sua meia-irmã filha de seu pai Terá com uma mulher que não era sua mãe.  --- “Dize peço-te, que és minha irmã, para que me vá bem por causa de ti, e que viva a minha alma por tua causa”. Gn. 12,13. Conforme previra Abrão ele foi realmente bem tratado, por interesse do Faraó em Sarai, pois o mesmo tencionava leva-la para fazer parte do seu harém, por isso presenteou a Abrão com muitos bens. --- “Ele tratou bem a Abrão por causa dela, e este veio a ter ovelhas, vacas, jumentos, servos, e servas, jumentas e camelos” Gn. 12,16.
- Mas! Deus para proteger a Sarai e Abrão, derramou muitos males sobre a casa do Faraó, fazendo com que o mesmo devolvesse a Sarai sem fazer qualquer mal, mas, porem criticando a forma de agir de Abrão dizendo: --- “Porque disseste: É minha irmã? Por isso que a tomei para ser minha mulher. Agora, pois, eis aqui tua mulher; toma-a e vai-te” Gn. 12,19”.
- Sem condição de permanecer lá, pois o Faraó deu ordens aos seus soldados para que fizessem Abrão partir do Egito, com todos os seus pertences; servos, gado, ouro e prata, ele já era um homem rico, e assim ele toma o caminho de volta para a Terra de Canaã, acompanhado do seu sobrinho Ló, que também era dono de muitas posses. --- “Era Abrão muito rico em gado, prata e ouro” Gn. 13,2.
- Abrão segue pelo deserto de Neguebe, acampando nos oásis, ou no entorno dos poços ao longo da estrada de volta, e sobe ele pelas colinas da Judéia para o local onde já havia acampado em outra ocasião. ---“Fez as suas jornadas do Neguebe, até Betel. até o lugar onde primeiro estivera sua tenda, entre Betel e Ai” Gn. 13,3. ---“Até o lugar do altar que dantes ali fizera. Ali invocou o nome do Senhor”. Gn. 13,4. Voltou ele para o mesmo lugar que antes da sua ida ao Egito havia invocado o Senhor. Ali mais uma vez armou as suas tendas, e novamente Abrão invocou o nome do Senhor. Estava ainda na companhia de Ló, que também que já possuía muitos animais. Pela quantidade de animais que ambos possuíam tornou-se impossível encontrar pastagens e agua, para os dois rebanhos juntos, e houve um sério desentendimento entre os pastores de Abrão e Ló, pois, cada qual procurava o melhor local para alimentar o seu rebanho, o que obrigou os seus proprietários a se separar para poder sobreviver.
---“Houve uma contenda entre os pastores de gado de Abrão e os pastores de gado de Ló. Nesse tempo, os cananeus e os ferezeus habitavam na terra” Gn. 13,7.
- E então Abrão lembra o seu parentesco com Ló, para evitar conflito entre eles, e propõe que Ló escolha a terra que lhes for conveniente, e disse ele: --- “Não está toda a terra diante de ti? Rogo-te que te apartes de mim. Se escolheres a esquerda, irei para a direita; se a direita escolheres, irei para a esquerda.” Gn. 13,9. Depois das palavras de Abrão. --- “Então Ló escolheu para si, toda a campina do Jordão e partiu para o oriente. Assim se apartaram um do outro” Gn. 13,11. As campinas ficavam próximo ao Mar Morto, elas, eram planas, férteis, fartas de agua, cobertas de pastagens, comparável às terras do Egito, um lugar ideal para o crescimento dos seus rebanhos, e passou Ló a residir na cidade da campina, e armou suas tendas para seus pastores até Sodoma. Até essa ocasião as cidades de Sodoma e Gomorra eram cidades prósperas, ainda não haviam sido punidas por Deus dado a sua multidão de pecados, a destruição de Sodoma e Gomorra, só veio acontecer tempos depois. Quando Deus não suportou mais a maldade dos seus habitantes.
- Abrão permaneceu na terra de Canaã e Deus veio a ele, e confirmou o seu propósito a respeito da doação da terra. --- “Disse o Senhor a Abrão, depois que Ló se apartou dele: Levanta agora os teus olhos e olha desde o lugar onde estás, para o norte, para o sul, para o oriente e para o ocidente” Gn. 13,14. Abrão então passa a ter noção da terra, que Deus estava prometendo a ele e a sua descendência que seria numerosa. --- “Toda essa terra que vês, hei de dar a ti e a tua descendência, para sempre” Gn. 13,15.
- Depois Destas palavras ditas por Deus a Abrão ele levantou acampamento e seguiu na direção sul rumo a Hebron (hb. Hebhrõn) “confederação” seu nome mais antigo era “Quiriate-Arba” situada nas montanhas da Judéia, ou montanhas de Hebron com uma altura superior a 900 metros a mais ou menos 39 km a sudoeste de Jerusalém. Limita-se ao norte com as colinas de Jerusalém, ao sul, com a bacia de Beserba (hb poço do juramento), a oeste com Sefelá “baixada” terra baixa, e a leste com o deserto da Judéia. Abrão armou suas tendas em “Manre” (hb força), cujo nome era dedicado a um Amorreu, Manre situava-se na região de Hebron numa floresta de carvalhos “Terebintos”.  Mais tarde por ocasião da ocupação da terra de Canaã Hebrom ficou como herança para a tribo de Judá. --- “Então mudou Abrão as suas tendas e foi habitar nos carvalhais de Manre, que estão junto a Hebrom, onde edificou um altar ao Senhor” Gn. 13,18. Manre fica localizada ao sul de Jericó (cidade das palmeiras).
 - Muito embora nas peregrinações de Abrão a Bíblia não faça qualquer referência à cidade de Jericó, nos reportamos a ela dada a sua importância na ocupação de Canaã como veremos a seguir. Jericó situa-se, a 16 km a noroeste da boca do Rio Jordão, onde ele derrama suas aguas no Mar Morto. Jericó foi à primeira cidade a ser entregue por Deus aos descendentes de Abrão na ocupação da terra de Canaã. Após passar o leito seco do Rio Jordão, que Deus havia secado para permitir a travessia de todo o povo com os pés enxutos. ---”Porque o senhor vosso Deus fez secar as aguas do Jordão diante de vós, até que passásseis como o Senhor vosso Deus fez ao Mar Vermelho, que fez secar perante a nós, até que passamos” Js. 4,23.
- Rio Jordão tem aproximadamente 110 km. Em linha reta do mar da Galileia (Tiberíades) ao Mar Morto, (Mar Oriental, Lago Salgado, mar de Arabá) que está a mais ou menos a 385 metros abaixo do nível do mar, o ponto mais baixo da terra, com uma largura que não ultrapassa 31 metros, e uma profundidade que varia até 3 metros, portanto não podemos compara-lo com os chamados “Rios do Brasil”, pois qualquer rio sem maior importância aqui, é sem sombra de dúvida superior ao rio Jordão. De Tiberíades ao Mar Morto em ambos os lados do rio existe o vale do Jordão, região ricas em pastagens, afluentes que alimentam o Rio, fontes da aguas perenes, arvores de médio porte na vegetação ciliar, e arbustos dos quais eram retiradas gomas, e resinas, usadas na preparação de cosméticos e incensos, plantas medicinais, e certos tipos de ervas (condimentos) usados no preparo de alimentação.
- Voltando a falar de Abrão que armou suas tendas em Manre, e ali permaneceu por um tempo ao qual a Bíblia não se refere. --- ”Abrão armou suas tendas, e veio, e habitou nos carvalhais de Manre que estão junto a Hebron; e edificou um altar ao Senhor”. Gn. 13,18.
- Ló continuava a habitar em Sodoma. Que fazia parte do “Círculo do Jordão”, ou Campinas do Jordão, juntamente com as cidades de Sodoma, Gomorra, Zoar ou Belá, Admá, e Zeboim. Essas cidades pagavam tributos pelo menos doze anos aos “reis” de Sinear, Anrafel. De Elsar, Arioque. De Elão, Quedorlaomer. E de Goim, Tidal. Estes se negaram a continuar pagando os tributos, exigidos por esses pretensos reis. [Que a bem da verdade, não eram Reis na acepção da palavra, eram apenas régulos, e os seus “reinos” se limitavam a pequenos territórios, e muitas vezes se resumia em apenas uma [cidade fortificada]].
- As cidades de Sodoma, Gomorra, (Zoar ou Belá “pequena”), Admá e Zeboim, por decisão dos seus mandatários, suspenderam os pagamentos dos tributos, então os reis dos territórios que mais tarde fariam parte do Império da Babilônia se coligaram e montaram uma expedição para punir os sonegadores. Numa campanha do norte para o sul atacaram os povos ao longo da sua rota, até chegar às cidades que faziam parte do Círculo do Jordão. Portanto na defesa dos seus interesses os reis de Sodoma, Gomorra, Admá, Zoar e Zeboim. Juntaram-se para lutar No Vale do Sidim, e perderam a batalha. Os reis vencedores saquearam as cidades vencidas, e mais. ---“Tomaram também a Ló, filho do irmão de Abrão, que habitava em Sodoma, e os bens dele e partiram”. Gn. 14,12. Seguiram para o norte com despojos, escravos, e entre eles Ló Sobrinho de Abrão, um dos homens que escapou levou a notícia a ele que habitava em Manre. ---“Então veio um dos que escapara e contou tudo a Abrão, o hebreu. Ora habitava Abrão junto aos carvalhais de Manre o Amorreu irmão de Escol e de Aner, aliados de Abrão” Gn. 14,13. Saiu então Abrão seus aliados e mais 318 homens que nasceram e foram treinados e sua casa, em perseguição aos agressores até Dã, (hb juiz, julgar) nome de um dos doze filhos de Jacó, nome dado a ultima cidade ao norte, do futuro território dos Judeus. Próximo as nascentes do rio Jordão. Também conhecida como: Luz, Lessem, e atualmente, Tell-el-Qadi. Derrotando esses reis finalmente em Hobá que fica no território da atual Síria. Libertou ele a todo o povo, e também a Ló, e recolheu grandes despojos dos derrotados.--- “Depois que Abrão voltou do ataque a Quedorlaomer e os reis que estavam com ele, o rei de Sodoma saiu-lhe ao encontro no vale de Save (isto é vale dos reis)”. Gn. 14,17.
- Aqui a Bíblia fala de um personagem desconhecido, Chamado de Melquisedeque que era sacerdote, e rei de Salem. (Paz) (em hb. Shãlem, no grego Salem, ou Uru-Salem, também uru-salium) “Jerusalém” no versículo seguinte. ---”Então Melquisedeque, rei de Salém e sacerdote de Deus Altíssimo, trouxe pão e vinho; --- e abençoou dizendo: Bendito seja Abrão pelo Deus Altíssimo. O Criador dos céus e da Terra. --- E bendito seja o Deus Altíssimo, que entregou teus inimigos nas tuas mãos então Abrão deu o dízimo de tudo.” Gn. 14,18, 19 e 20. Assim como surgiu o Sacerdote Melquisedeque, sem explicação sobre a sua origem, sua genealogia, ele desaparece das páginas da Bíblia, ficando como referencia de sacerdócio. Como também diz noutro lugar: ---“Tu és Sacerdote segundo a ordem de Melquisedeque” Hb. 5,6 ou quando Deus através de um salmo se referiu a Jesus. ---“Jurou o senhor e não se arrependerá: Tu és um Sacerdote eterno segundo a ordem de Melquisedeque” Sl. 110,4.  
- Nos versículos acima, pela primeira vez a Bíblia fala respeito de entregar o dízimo a um sacerdote. Esta obrigatoriedade, sobre dizimo, só ficaria determinada nas Leis escritas por Moisés que regulamentaram as atividades dos Sacerdotes, no Templo de Jerusalém. ---“E ali trareis vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios e vossos dízimos e oferta alçada da vossa mão, e vossos votos, e as vossas ofertas voluntárias, e os primogênitos das vossas vacas e das vossas ovelhas” Dt. 12,6. Todas as ofertas e dízimos seriam usados para manutenção do Templo. Para o sustento dos Sacerdotes, era retirada também a sobra das doações dos israelitas, que recompensava os sacerdotes pela sua dedicação integra ao serviço do Senhor, pois, a tribo de Levi não tinha direito a herança da terra, que foi distribuída as outras tribos dos descendentes de Jacó. --- “Semelhantemente, toda a oferta de todas as coisas santificadas dos filhos de Israel, que trouxerem ao Sacerdote será deste.” Nm. 5,9 ou --- “As coisas que alguém consagra lhe pertencem, mas aquilo que der ao Sacerdote será do sacerdote”. Nm. 5,10.
- O rei de Sodoma em agradecimento a Abrão pediu a ele as pessoas que havia resgatado, mas, que ele Abrão ficasse com os despojos, e ele se recusou a aceitar, dado uma promessa que havia feito a Deus. ---“Jurando que não tomarei coisa alguma de tudo que é teu, nem um fio, nem uma correia de sapato, para que não digas: Eu enriqueci a Abrão”. Gn. !4,23.
- Após essa campanha cuja vitória foi dada por Deus a Abrão ele retorna para sua morada e Deus novamente visita volta a lhe visitar, dizendo que o continuaria a ampara-lo e que o seu premio seria importante. --- “Não temas, Abrão, Eu te amparo e o teu premio é muito grande” Gn. 15,2.
- Como Abrão ainda não tinha filhos, ele não conseguia entender como a promessa de Deus, que já o tornara rico, poderia contemplar uma herança que não existia, até porque Abrão e Sarai estavam cada vez com mais idade, portanto praticamente sem possibilidades de gerar filhos. E Abrão preocupado, resolve perguntar a Deus como isso seria possível. --- “E Abrão disse: Eterno deus! Que darás a mim? Eu ando sem filhos herdeiros e o encarregado da minha casa e o damasceno Eliezer”. Gn. 15,3. “Damasceno pessoa nascida em Damasco” E então Abrão ainda sem uma resposta de Deus continuou conversando com Ele. --- “Abrão disse: Eis que a mim não deste descendência, e é meu escravo que vai me herdar” Gn. 15,4.
- E Deus consola a Abrão dizendo que o seu herdeiro será um filho gerado por ele próprio, e que a sua descendência será muito numerosa. ---“E a palavra do Eterno veio a ele, dizendo: Não será este o que vai te herdar, mas o que sair de tuas entranhas este te herdará”. Gn. 15,5 .
- Assim como Abrão, acreditou na promessa daquele que o fez sair para a terra de Canaã, e ele confiou, que Deus que tinha poder para estabelecer sobre a terra de Canaã a sua descendência.  Serviu-lhe de mérito perante o Deus de toda a criação.
- E então Abrão imbuído de fé. Pergunta a Deus como estas coisas haveriam de acontecer?
- Deus ordena a ele que lhes faça uma oferenda de animais, e Abrão assim fez, colocando os corpos dos animais sobre uma rocha, e se postou por vigia, para que a sua oferenda não fosse consumida por animais selvagens, para que no momento certo, e através do fogo ficasse demonstrado, de forma explicita o poder sobrenatural de Deus. Então do nada surgiu uma tocha acesa de fogo e consumiu os corpos dos animais oferecidos por Abrão. Foi a primeira vez que Deus para confirmar uma aliança, ordenava a alguém fazer uma oferenda, nesses termos.
- E então disse deus a Abrão: --- “A tua descendência dei esta terra, desde o rio do Egito até o grande rio Perat [Eufrates]”. Gn. 15,19.
- Neste versículo Deus altera a situação da promessa, fala de darei, para dei, informando. Que os descendentes de Abrão só tomariam posse da terra após 400 anos quando o nível de pecado dos habitantes da terra de Canaã se tornasse insuportável. Nessa ocasião estes seriam desarraigados pelos Judeus, sob algumas condições, cumprirem as Leis que na época certa seriam passadas a Moisés. E que ele Abrão morreria em paz.
- Mas o tempo passava e o casal continuava sem filhos. Naqueles tempos, quando a mulher do chefe da família não podia ter filhos, era permitido, que caso houvesse uma escrava na sua casa, a senhora poderia autorizar uma união passageira entre escrava o seu marido, para que por intermédio dessa união, pudesse gerar um filho, e o mesmo passaria a ser considerado como filho do casal, para que a sua família não ficasse sem descendentes. --- “Disse, pois, sarai a Abrão: O Senhor tem me impedido de ter filhos. Toma a minha serva; que eu tenha filhos por meio dela. E ouviu Abrão a voz de Sarai”. Gn. 16,2.  E então Sarai mulher de Abrão, pela sua falta de fé nas promessas feitas por Deus a Abrão seu marido, e baseada nesse costume. Usa sua prerrogativa de senhora, para com uma das suas servas chamada Hagar, cujo nome tinha origem semítica, mas que fora adquirida no Egito quando Abrão e Sarai ali peregrinaram.   E então Hagar gerou a Ismael! Mas caso à senhora da casa viesse a ter filhos no futuro, o filho legítimo do casal teria a preferência e era considerado o primogênito e herdeiro natural dos bens dos seus pais. Portanto não importava a idade, ou números dos filhos os nascidos antes, através de uma relação de qualquer escrava e seu marido.
- Ao conceber um filho de Abrão, Hagar a serva passou a humilhar Sarai que até então era estéril sendo que ela não suportou a afronta, e passou a maltratar sua serva Hagar, e ela resolveu fugir da sua senhora, para o deserto de Sur (hb. Muralha) que fica na direção do Egito. Ali um anjo a encontrou. --- “E disse: Hagar, serva da Sarai, de onde vens e para onde vais? E disse de diante de Sarai, minha senhora eu fujo” Gn. 16,9. Naquela hora o anjo mandou que ela retornasse para Sarai, e informou que ela teria um filho que se chamaria Ismael e que ele teria muitos descendentes. --- “Eis que concebeste e darás a luz um filho, e chamaras seu nome Ismael, porque o Eterno escutou tua aflição”. --- “E ele será um homem selvagem; sua mão estará em todos e a mão de todos estará nele, e entre todos os seus irmão habitará. Gn. 16. 12e13.
- Quando Hagar deu luz a Ismael, Abrão já tinha 86 anos de idade e Sarai 76. E o casal permanecia sem filhos e continuava a morar nos Carvalhais de Manré (hb. Elone Manré). Somente quando Abrão alcançou 99 anos de idade, Deus volta a aparecer a ele, e disse-lhe: --- “Eu sou o EL SHADAI [Deus todo poderoso]; anda diante de Mim e seja perfeito! E constituirei Minha aliança entre Mim e ti, e ti multiplicarei enormemente!” Gn. 17, 1 e 2. E Deus em seguida muda o nome de Abrão, (pai exaltado), o nome que foi colocado por seu pai (Terá) em Ur dos Caldeus na Mesopotâmia, para Abraão (pai de muitas nações) e reafirma a sua promessa dizendo: --- “Eis de minha parte, a aliança que faço contigo: Serás pai de uma multidão de nações; e não se chamará mais teu nome Abrão, mas Abraão será teu nome, porque pai de uma multidão de nações te fiz” Gn. 17, 4 e 5. Deus ordena a ele que em todos os homens nascidos sua casa ou adquiridos (escravos) sejam circuncidados, pois era uma obrigação de Abraão para que fosse efetivada a aliança. Para completar a aliança, Deus inclui o nascimento de um filho que será gerado por Sarai (contenciosa) que também tem o seu nome modificado. --- “E Deus disse a Abraão: ---” A Sarai tua mulher, não chamarás seu nome Sarai, porque Sara é o seu nome”. Gn. 17,15. E continuou Deus, --- “E a abençoarei, e também darei um filho dela para ti; e abençoarei e virá ser nações; reis de povos dela sairão” Gn. 16. Abraão ouviu e isto, pensou nas dificuldades que seria para ele a essa altura, da vida um homem de cem anos e a sua mulher de 90 anos gerar um filho, o que para outras pessoas seria impossível, mas com ele aconteceu. E Abraão ainda não convencido do milagre que seria operado por Deus ainda se referiu a Ismael.
- Ao ouvir a promessa de Deus sobre Sara (princesa)! --- “Então prostrou-se Abraão com o rosto na terra, e riu-se, e disse no seu coração: A um homem de cem anos há de nascer um filho”? Conceberá Sara na idade de 90 anos? Gn. 17,17. E então, pela primeira vez, após a mudança do seu nome para Abraão, ele ao reverenciar Deus, se prostra com o rosto na terra, e fala novamente a Deus. -- “E disse Abraão a Deus: Oxalá viva Ismael diante de ti” Gn. 17,18. É de suma importância voltar no tempo e relatar que há 14 anos antes quando “Sarai” tinha 76 anos de idade e “Abrão” 86. Sarai por não ter Fé e num momento de fraqueza da Abrão, entregou seu marido a uma escrava para que lhe desse um filho, nesse instante ela demonstra, que não confia na palavra de Deus, que havia enriquecido a sua família e os protegidos de todos os males, em suas jornadas, e procurou resolver o problema da falta de um filho pelos próprios meios.   Sarai por sua ação temerária e intempestiva, foi responsável pela vinda de Ismael ao mundo, o que traria no futuro, e até hoje bastante sofrimento aos descendentes do seu filho que haveria de nascer, Isaque. Pai de Jacó dos quais descendem os Judeus. Mediante a dúvida de Abraão, quanto à realização da promessa. Deus o anima, dando um nome para o seu filho com Sara, e também se refere ao futuro de Ismael. --- “Deus lhe respondeu: Na verdade, Sara, tua mulher te dará um filho, e lhe porás o nome de Isaque; com ele estabelecerei a minha aliança, aliança perpétua para a sua descendência depois dele.” Gn. 17,19. E mais ainda. --- “E quanto a Ismael, também te tenho ouvido: Certamente o abençoarei; o farei fecundo e o multiplicarei grandissimamente. Doze príncipes gerará e dele farei uma grande nação.” Gn. 17,20. Após a promessa sobre o futuro de Ismael, Deus define com que será sua aliança com o filho de Sara. “Minha aliança, porém estabelecerei com Isaque, que Sara te dará neste tempo, daqui a um ano”. --- Gn. 17,21. Aqui então Deus estabeleceu uma aliança perpétua com todos os descendentes de Isaque, filho de Abraão e Sara.
- Abraão continuou a morar nas proximidades de Hebron, enquanto o seu sobrinho Ló, em Sodoma. E então, Abraão estava sentado dentro da sua tenda próximo a porta, quando de repente aparecem três homens a sua frente, ao vê-los, segue em direção da porta, e faz uma saudação não usual para um visitante comum, e ele se dirige somente a um deles, e o chama de Senhor. --- ”Levantou Abraão os olhos, olhou e viu três homens em pé na sua frente. Vendo-os, correu para a porta da tenda ao seu encontro e prostrou-se em terra” Gn. 18,3. Desde o primeiro momento Abraão sentiu que seu visitante era especial, e denotava grande autoridade, tanto que novamente Abraão, se prostra na terra, e ele então pediu ao homem que ele havia chamado de Senhor, que não fosse dali sem antes usufruir da sua hospitalidade. --- “Traga-se agora um pouco d’agua; lavai os pés e repousai debaixo desta árvore”. Gn. 18,2. E em seguida se dirigiu a Sara para que fosse providenciada a alimentação para os visitantes. Após se alimentarem, perguntaram por Sara, e deram a notícia que há muito tempo era esperada por Abraão. --- “Disse um deles: Certamente tornarei a ti, daqui a um ano, e Sara tua mulher, terá um filho. Sara estava escutando á porta da tenda, que estava atrás dele”. Gn. 18,11. E Sara!  Por causa da idade do casal, duvida novamente da palavra de Deus. --- “Assim riu-se Sara consigo, dizendo: Terei ainda prazer depois de haver envelhecido, sendo também o meu senhor, já velho”? Gn. 18,12. Pela desconfiança de Sara Deus fala novamente e disse o senhor a Abraão: --- Porque se riu Sara, dizendo: É verdade que darei ainda a luz, sendo velha”? E ainda falou o Senhor! --- “Há, acaso, alguma coisa demasiadamente para o Senhor? Ao tempo determinado, daqui a um ano tornarei a ti, e Sara terá um filho”. Gn. 18,13 a 14. Após estas palavras os homens de levantaram e olharam para o sudeste na direção de Sodoma onde morava Ló e sua família.


 Referências:

ALMEIDA, João Ferreira de (tradutor). Bíblia Sagrada. Antigo e novo Testamento. Sociedade Bíblica do Brasil.
BENTES João (tradutor). O novo dicionário da Bíblia. Edições Vida Nova
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Casa publicadora das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro
DOUGLAS. J.D. (Organizador). O Novo dicionário da Bíblia. Ed. Edições vida nova. 1995. São Paulo. 
GORODOVITS, David e FRIDLIN, Jairo. Bíblia Hebraica. Ed. E Livraria Sêfer Ltda.2006. São Paulo.
ALMEIDA, João Ferreira de (tradutor). Bíblia Sagrada. Antigo e novo Testamento. Sociedade Bíblica do Brasil.
BENTES João (tradutor). O novo dicionário da Bíblia. Edições Vida Nova
BOYER, Orlando. Pequena Enciclopédia Bíblica. Casa publicadora das Assembleias de Deus. Rio de Janeiro
DOUGLAS. J.D. (Organizador). O Novo dicionário da Bíblia. Ed. Edições vida nova. 1995. São Paulo.
GORODOVITS, David e FRIDLIN, Jairo. Bíblia Hebraica. Ed. e Livraria Sêfer Ltda.2006. São Paulo.
JOSEFO, Flávio, História dos hebreus. Tradução de Vicente Pedroso. 5º Edição1999 Sõ Paulo

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Observação: Os nomes de cidades, Locais, e pessoas encontrados na Bíblia :
Foram escritos ao longo dos séculos, por muitos povos, de línguas diferentes  que passaram pela Terra de Canaã, e mudaram algumas letras e formas de escrever e pronunciar os nomes de acordo com sua cultura, e isso  a principio passa a ideia de erro, portanto não deve ser entendido como tal.