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domingo, 21 de maio de 2017

Lembranças do Filipinho.

Em relação ao nosso Filipinho, a razão deste artigo, eu reconheço, tratar-se de um caso raro de amor por um lugar, que transcende o entendimento das outras pessoas, que não tiveram a oportunidade e a felicidade de ter morado ali; pois, em todos os lugares que passei ou morei, jamais conheci algo semelhante ao astral do Filipinho, por isso a ele, dedicamos uma forma de amar indelével, que supera o tempo, os dias, os anos, e as estações, inverno e verão, e ele nunca cai no nosso esquecimento, pois não encontrei outro lugar em minhas andanças, dotado de tamanha alegria, que era intensamente refletida no semblante dos seus moradores, portanto, mesmo depois de muitos anos de separação entre ele e os moradores, a chama nunca se apagou, e, como se fora uma fênix, retorna com vigor a vida, muito embora no momento de forma virtual, este retorno, é a prova cabal da realidade refletida em nossos corações, desconheço qualquer bairro, que tenha uma página na internet tão concorrida quanto o nossa, e este querer bem pelo Filipinho, procurei transferir aos meus filhos, contando as suas estórias, falando da convivência entre nós, e expressei o meu lamento, porque eles não tiveram o privilégio de ter morado ali, algo tão forte que ainda hoje permeia os nossos corações, eu faço aqui, minha reverência a Mario Júlio, algo digno da sua inteligência da qual sempre fomos cônscios, pois foi graças a esta excelente iniciativa, é possível, que apesar do tempo e dá distancia, haja o encontro com pessoas queridas, das quais estávamos afastados, e já não víamos muito tempo, espero que estes encontros virtuais, se transformem em um verdadeiro encontro físico, para que possamos abraçar as pessoas que queremos bem, que foram, e são importantes na nossa vida.
 Após este breve comentário ao iniciar este artigo, gostaria de externar aqui a minha alegria por ter morado ali, e convivido com muitas pessoas queridas, que ainda hoje, mesmo após o transcorrer de muitos anos, permanecem vívidas na minha lembrança, me recordo de uma infância e juventude feliz naquele bairro impar, me atrevo a dizer, que foi, e é, impossível de ter alcançado esta graça em qualquer outro lugar fora do Filipinho, seja no passado, no presente, no futuro, claro, é impossível novamente repetir, aquele ambiente mágico e feliz que naquela época tomava conta de São Luís, ele se esvaiu, levando consigo até a esperança, e em seu lugar desceu uma nuvem carregada, que levou no seu bojo a alegria da nossa cidade e das pessoas, uma situação completamente diferente da época em que vivíamos no Filipinho, tempos felizes, somos gratos por tudo isso, e faço aqui as devidas e merecidas homenagens aos pais e mães do nosso amado Filipinho, com quem tive a felicidade de privar das suas amizades, reconhecendo até hoje sua importância na minha vida, afirmando aqui, a disposição encontrada na maioria das mães do Filipinho, ao tratar a “sua” meninada com uma incrível paciência, algo, que só acontece quando é feito a alguém que se ama, este ato de amor fica demostrado claramente ao dispensar a sua dedicação e afeição para conosco, tratando-nos como se todos nós fossemos seus filhos, e não, como apenas meros conhecidos do mesmo bairro, lamento, por não poder nomear todos os pais e mães, que ficaram marcados no meu coração, por isso mesmo, no momento, aponto apenas alguns, e sobre eles faço uns breves comentários das suas qualidades, os quais, mesmo assim, reconheço que são poucos, e não refletem totalmente a realidade, mas aos descendentes dos quais ainda não falamos, testifico que os demais pais e mães, que não foram contemplados no momento com os nossos comentários, se sintam agraciados, pois todos eles merecem o meu carinho e agradecimento; muitos já se foram, é bem verdade, mas, apesar das saudades pelas suas ausências, eles permanecem guardados e intocados, no recôndito dos corações dos seus familiares e amigos.
Aos Pais:
--- “Ouve o teu pai que te gerou e não desprezes a tua mãe quando vier envelhecer”. Livro de Provérbios. Cap 23. Vs 22. A.T.
--- “O homem bondoso faz bem a si mesmo. Mas o cruel a si mesmo se fere”. Livro de Provérbios. Cap 11. Vs 17. A. T.
Doutor Antônio Guimarães, chamado carinhosamente por mim, claro na sua ausência, de “seu sapão” com quem tive o prazer de participar de várias pescarias, e de tomar refeições na sua mesa em Ribamar, ele sempre sorridente, esbanjando bom humor, puro reflexo da sua vida junto à sua querida professora Regina e seus filhos, Antônio Joaquim, José Carlos [alfinete] [alfinanga][ fefeu] e Antônio Filho [sapinho].
Sr. Lima. Pai do Hugo, Zé Walter, Zé Mauro, Zé Sérgio, Zé Luís Maria Elis, Zé Alberto, Zé Reinaldo, e Zé Fernando, seu Lim, como era conhecido por todos, estive com ele muitas vezes, sentado em frente a sua casa ouvindo os seus conselhos, e participando das conversas, juntamente com Araújo, conversas agradáveis em todos os sentidos.
Dr. Romualdo, um homem honrado, dedicado em ajudar as pessoas, sempre paciente, agradável, tratando a todos com grande cordialidade, sua filha Hélia, quem muito estimo, tomou como herança esses atributos.
Sr. Júlio Mário, um homem cujo caminhar era manso, que demonstrava uma calma interior muito grande, todas as vezes que estive em sua casa, encontrei-o com a mesma expressão de paz consigo mesmo, e com os outros.
Afonso Aranha, meu querido tio, um homem de inteligência rara, meu conselheiro, a ele devo o amor pelos livros, agradeço por ter me recebido sempre com o sorriso aberto, e me tratando como um verdadeiro filho, irmão de seus outros filhos. Celso, Marina, Mariza, Augusto, Sérgio e Marta.
As Mães:
--- “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as mãos a derriba” Livro de Provérbios. Cap 14. Vs 1. A.T.
--- “Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está em seus lábios” Livro de Provérbios. Cap 31. Vs 26. A. T.
Dona Iracema, uma mãe afável, com que tive a grande felicidade de privar da sua estima, paciente, e sempre com seu sorriso agradável, demonstrando uma grande paz interior. Mãe de Ronaldo, Franklin, Carlos Augusto, e Eliane.
Dona Juraci, uma pessoa querida de excelente bom humor, com um sorriso franco, que resplandecia nos seus olhos claros, comportamento típico, de quem vive de bem com a vida, com seus filhos Mário Júlio, Jacira, Mário Cesar, Iracema e Jurinha.
Dona Lurdinha, esposa do Sr. Walter Dias, sempre sorridente, que revelava as suas qualidades de uma verdadeira lutadora por sua família, tratando todos nós como filhos, ou seja, como irmão de Betinho, Waltinho, Zé Reinaldo, Zé pelado e suas irmãs.
Maria Aranha, esposa de Afonso Aranha, por quem eu tenho um grande carinho, e um grande respeito por sua capacidade de cuidar dos seus filhos, muitos anos passaram é verdade, mas mesmo assim eu jamais esqueci o seu sorriso, quando ela se reportava a mim, com o apelido que ela criou.
Faço aqui uma menção especial a Dra. Maria Olímpia, uma mulher que caminhava a frente do seu tempo, seus filhos, Zé Augusto, Raul, uma filha e o irmão mais novo, deles não recordo seus nomes, todos já haviam saído da infância, ela voltou a estudar, e se formou em medicina, algo imponderável naquela época, e como mãe depois de bem cuidar dos seus filhos, como médica e passou a se dedicar e atender, as necessidades das outras pessoas.
Agradeço a Deus pela dádiva da vida, pela família que Ele me deu, minha esposa Marlene, e pelos meus filhos, Ricardo e Gustavo, agradeço pelos meus pais, Aristides e Generosa, reconheço tenacidade da minha mãe para educar seu filhos, o equilíbrio e a calma sempre presente no meu pai, portanto a Deus, e a eles, devo tudo o que sou, quanto aos meus irmãos considero um presente, e aos meus queridos “Pais, Mães e Irmãos” do Filipinho, meus agradecimentos .
Aproveito a oportunidade para solicitar as pessoas do nosso bairro, que tenham alguma coisa importante, ou retificação do que foi escrito por mim, e gostaria de ver publicada, que envie a mim, aqui faço minha as palavras de Francisco José Comarú, [Chiquinho] como era carinhosamente chamado por sua mãe, ele me alertou de forma divertida, sobre as dificuldades de retroceder no tempo e relembrar o nome das pessoas, e narrar os fatos que aconteceram à época no Filipinho, fruto deste artigo.

Abraços Aranha.