Em relação ao nosso Filipinho, a razão deste artigo, eu reconheço,
tratar-se de um caso raro de amor por um lugar, que transcende o entendimento
das outras pessoas, que não tiveram a oportunidade e a felicidade de ter morado
ali; pois, em todos os lugares que passei ou morei, jamais conheci algo
semelhante ao astral do Filipinho, por isso a ele, dedicamos uma forma de amar
indelével, que supera o tempo, os dias, os anos, e as estações, inverno e
verão, e ele nunca cai no nosso esquecimento, pois não encontrei outro lugar em
minhas andanças, dotado de tamanha alegria, que era intensamente refletida no
semblante dos seus moradores, portanto, mesmo depois de muitos anos de
separação entre ele e os moradores, a chama nunca se apagou, e, como se fora
uma fênix, retorna com vigor a vida, muito embora no momento de forma virtual,
este retorno, é a prova cabal da realidade refletida em nossos corações,
desconheço qualquer bairro, que tenha uma página na internet tão concorrida
quanto o nossa, e este querer bem pelo Filipinho, procurei transferir aos meus
filhos, contando as suas estórias, falando da convivência entre nós, e
expressei o meu lamento, porque eles não tiveram o privilégio de ter morado
ali, algo tão forte que ainda hoje permeia os nossos corações, eu faço aqui,
minha reverência a Mario Júlio, algo digno da sua inteligência da qual sempre
fomos cônscios, pois foi graças a esta excelente iniciativa, é possível, que
apesar do tempo e dá distancia, haja o encontro com pessoas queridas, das quais
estávamos afastados, e já não víamos muito tempo, espero que estes encontros
virtuais, se transformem em um verdadeiro encontro físico, para que possamos
abraçar as pessoas que queremos bem, que foram, e são importantes na nossa
vida.
Após este breve comentário ao
iniciar este artigo, gostaria de externar aqui a minha alegria por ter morado
ali, e convivido com muitas pessoas queridas, que ainda hoje, mesmo após o
transcorrer de muitos anos, permanecem vívidas na minha lembrança, me recordo
de uma infância e juventude feliz naquele bairro impar, me atrevo a dizer, que
foi, e é, impossível de ter alcançado esta graça em qualquer outro lugar fora
do Filipinho, seja no passado, no presente, no futuro, claro, é impossível novamente
repetir, aquele ambiente mágico e feliz que naquela época tomava conta de São
Luís, ele se esvaiu, levando consigo até a esperança, e em seu lugar desceu uma
nuvem carregada, que levou no seu bojo a alegria da nossa cidade e das pessoas,
uma situação completamente diferente da época em que vivíamos no Filipinho,
tempos felizes, somos gratos por tudo isso, e faço aqui as devidas e merecidas
homenagens aos pais e mães do nosso amado Filipinho, com quem tive a felicidade
de privar das suas amizades, reconhecendo até hoje sua importância na minha
vida, afirmando aqui, a disposição encontrada na maioria das mães do Filipinho,
ao tratar a “sua” meninada com uma incrível paciência, algo, que só acontece
quando é feito a alguém que se ama, este ato de amor fica demostrado claramente
ao dispensar a sua dedicação e afeição para conosco, tratando-nos como se todos
nós fossemos seus filhos, e não, como apenas meros conhecidos do mesmo bairro, lamento,
por não poder nomear todos os pais e mães, que ficaram marcados no meu coração,
por isso mesmo, no momento, aponto apenas alguns, e sobre eles faço uns breves
comentários das suas qualidades, os quais, mesmo assim, reconheço que são
poucos, e não refletem totalmente a realidade, mas aos descendentes dos quais
ainda não falamos, testifico que os demais pais e mães, que não foram
contemplados no momento com os nossos comentários, se sintam agraciados, pois
todos eles merecem o meu carinho e agradecimento; muitos já se foram, é bem
verdade, mas, apesar das saudades pelas suas ausências, eles permanecem
guardados e intocados, no recôndito dos corações dos seus familiares e amigos.
Aos Pais:
--- “Ouve o teu pai que te gerou e não desprezes a tua mãe quando vier
envelhecer”. Livro de Provérbios. Cap 23. Vs 22. A.T.
--- “O homem bondoso faz bem a si mesmo. Mas o cruel a si mesmo se
fere”. Livro de Provérbios. Cap 11. Vs 17. A. T.
Doutor Antônio Guimarães, chamado carinhosamente por mim, claro na sua
ausência, de “seu sapão” com quem tive o prazer de participar de várias
pescarias, e de tomar refeições na sua mesa em Ribamar, ele sempre sorridente,
esbanjando bom humor, puro reflexo da sua vida junto à sua querida professora
Regina e seus filhos, Antônio Joaquim, José Carlos [alfinete] [alfinanga][
fefeu] e Antônio Filho [sapinho].
Sr. Lima. Pai do Hugo, Zé Walter, Zé Mauro, Zé Sérgio, Zé Luís Maria
Elis, Zé Alberto, Zé Reinaldo, e Zé Fernando, seu Lim, como era conhecido por
todos, estive com ele muitas vezes, sentado em frente a sua casa ouvindo os
seus conselhos, e participando das conversas, juntamente com Araújo, conversas
agradáveis em todos os sentidos.
Dr. Romualdo, um homem honrado, dedicado em ajudar as pessoas, sempre
paciente, agradável, tratando a todos com grande cordialidade, sua filha Hélia,
quem muito estimo, tomou como herança esses atributos.
Sr. Júlio Mário, um homem cujo caminhar era manso, que demonstrava uma
calma interior muito grande, todas as vezes que estive em sua casa, encontrei-o
com a mesma expressão de paz consigo mesmo, e com os outros.
Afonso Aranha, meu querido tio, um homem de inteligência rara, meu
conselheiro, a ele devo o amor pelos livros, agradeço por ter me recebido
sempre com o sorriso aberto, e me tratando como um verdadeiro filho, irmão de
seus outros filhos. Celso, Marina, Mariza, Augusto, Sérgio e Marta.
As Mães:
--- “A mulher sábia edifica a sua casa, mas a insensata, com as mãos a
derriba” Livro de Provérbios. Cap 14. Vs 1. A.T.
--- “Fala com sabedoria, e a instrução da bondade está em seus lábios”
Livro de Provérbios. Cap 31. Vs 26. A. T.
Dona Iracema, uma mãe afável, com que tive a grande felicidade de privar
da sua estima, paciente, e sempre com seu sorriso agradável, demonstrando uma
grande paz interior. Mãe de Ronaldo, Franklin, Carlos Augusto, e Eliane.
Dona Juraci, uma pessoa querida de excelente bom humor, com um sorriso
franco, que resplandecia nos seus olhos claros, comportamento típico, de quem
vive de bem com a vida, com seus filhos Mário Júlio, Jacira, Mário Cesar,
Iracema e Jurinha.
Dona Lurdinha, esposa do Sr. Walter Dias, sempre sorridente, que revelava
as suas qualidades de uma verdadeira lutadora por sua família, tratando todos
nós como filhos, ou seja, como irmão de Betinho, Waltinho, Zé Reinaldo, Zé
pelado e suas irmãs.
Maria Aranha, esposa de Afonso Aranha, por quem eu tenho um grande
carinho, e um grande respeito por sua capacidade de cuidar dos seus filhos,
muitos anos passaram é verdade, mas mesmo assim eu jamais esqueci o seu sorriso,
quando ela se reportava a mim, com o apelido que ela criou.
Faço aqui uma menção especial a Dra. Maria Olímpia, uma mulher que
caminhava a frente do seu tempo, seus filhos, Zé Augusto, Raul, uma filha e o
irmão mais novo, deles não recordo seus nomes, todos já haviam saído da
infância, ela voltou a estudar, e se formou em medicina, algo imponderável
naquela época, e como mãe depois de bem cuidar dos seus filhos, como médica e
passou a se dedicar e atender, as necessidades das outras pessoas.
Agradeço a Deus pela dádiva da vida, pela família que Ele me deu, minha
esposa Marlene, e pelos meus filhos, Ricardo e Gustavo, agradeço pelos meus
pais, Aristides e Generosa, reconheço tenacidade da minha mãe para educar seu
filhos, o equilíbrio e a calma sempre presente no meu pai, portanto a Deus, e a
eles, devo tudo o que sou, quanto aos meus irmãos considero um presente, e aos
meus queridos “Pais, Mães e Irmãos” do Filipinho, meus agradecimentos .
Aproveito a oportunidade para solicitar as pessoas do nosso bairro, que
tenham alguma coisa importante, ou retificação do que foi escrito por mim, e
gostaria de ver publicada, que envie a mim, aqui faço minha as palavras de
Francisco José Comarú, [Chiquinho] como era carinhosamente chamado por sua mãe,
ele me alertou de forma divertida, sobre as dificuldades de retroceder no tempo
e relembrar o nome das pessoas, e narrar os fatos que aconteceram à época no
Filipinho, fruto deste artigo.
Abraços Aranha.
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